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segunda-feira, 2 de abril de 2012

Indumentária ou Pilcha Gaúcha

            Oficializada como traje de honra e de uso preferencial no Rio Grande do Sul, para ambos os sexos a indumentária denominada “Pilcha Gaúcha”, que com autenticidade reproduz elegância, a sobriedade da nossa história.
A lei número 8.813 de 10 de janeiro de 1989, descreve que a Pilcha Gaúcha poderá substituir o traje convencional em todos os atos oficias realizados no Estado do RS, seguindo os ditames e as diretrizes traçadas pelo Movimento Tradicionalista Gaúcho.


Traje da Prenda

 A indumentária é dividida em três grupos: o Traje atual, que é usado hoje, no dia a dia; o Traje de época, que é considerado histórico, por exemplo, o gaúcho primitivo, estancieiro, apresentados em desfiles e concursos artísticos específicos, e o Traje folclórico que é o traje típico de uma região, como é o caso do traje do gaúcho, do sertanejo, da baiana quitandeira, etc.

A mulher gaúcha nunca teve um traje folclórico, mas sim algumas peças herdadas de outras culturas, como os açorianos, portugueses, italianos, alemães, etc.

O vestido de prenda é uma criação do Movimento Tradicionalista Gaúcho – MTG a partir de 1948, criando assim um traje que representasse a mulher de tal forma a combinar com o traje atual dos peões.

Existe também o traje alternativo feminino que é utilizado para cavalgadas, festas campeiras, entre outros usa-se então o vestido de prenda sem saia de armação e com capa, a bombacha feminina utilizada de modelo diferenciado do masculino, sem favos, sem bragueta e abotoada dos lados, com blusa ou fraque, modelos esses aprovados e atualizados em Congressos Tradicionalistas realizados pelo MTG.

O traje atual da prenda adulta consiste em saia e blusa ou bata; saia e casaquinho e o vestido. Todos sempre acompanham a mesma classe social do homem. Quando se utiliza a indumentária gaúcha segue-se algum padrão de modelos, cores e cortes, sempre respeitando a indumentária do gaúcho com o comportamento devido, como rege a carta de princípios do MTG.

No traje utilizado atualmente o modelo é livre, evitando decotes abusados, ou seja, mostrar ombros e seios; as mangas não devem ser usadas com “boca de sino” ou “morcego”, seu tamanho varia entre longas, três quartos ou até o cotovelo; as cores devem ser sempre discretas, sóbrias, harmoniosas, lisas ou não, sem usar a cor preta e as cores em combinação com a Bandeira do Brasil e Rio Grande do Sul, e quando vestido a cor branca é utilizada por noivas e debutantes.

A saia sempre deve ser com a barra no peito do pé; em panos, godê ou meio-godê.

No caso da blusa ou bata pode ou não ter gola.
           
Na combinação saia e casaquinho, não pode haver bordados na saia, o casaquinho deve ter gola pequena e abotoado na frente, e pode ter bordados discretos nesse.
           
O vestido pode ser, inteiro e cortado na cintura, de cadeirão, ou em corte princesa.
           
Os enfeites devem seguir o padrão do traje, ou seja, rendas e crochê (não dourados e/ou prateados), podem ser utilizados em qualquer dos trajes atuais, outros como passa-fitas, fitas, plissê, transelin, gregas, viés, favos, bordados, pinturas miúdas em cores simples com tinta para tecidos, enfim reservar para o vestido em modo discreto, nada usado demais a ponto de chamar a atenção.
           
A saia de armação, peça utilizada embaixo do traje feminino deve ser leve e discreta, na cor branca, se tiver babados devem estar no rodado da saia, hoje em dia evita-se o abuso na armação, e o comprimento deve ser inferior ao do vestido.
         
A bombachinha, traje intimo feminino, deve ser de cor branca, com tecido leve e enfeitado com rendas discretas abaixo do joelho, cujo comprimento é também menor que o vestido, geralmente logo abaixo dos joelhos.
           
Com meias longas, branca ou bege, utiliza-se também o sapato geralmente na cor preta podendo variar para os tons de marrom, com salto cinco centímetros ou meio salto, com tira sobre o peito do pé que abotoe do lado de fora, ou botinhas preta ou marrom-escuro, com o salto cinco centímetros, amarradas na parte superior externa do curto cano.
           
Os cabelos, a prenda utiliza de forma mais confortável, enfeitados ou não, nunca com enfeites de plásticos, brilhos e purpurinas, recomenda-se travessas (passador), flores (naturais ou artificiais), reservar o uso de coque na prendas adultas e veteranas. A maquiagem deve ser discreta e de acordo com a idade da prenda.

Traje do Peão

 As vestes do gaúcho sofreram uma enorme evolução desde suas primeiras influências dos nativos de nosso Estado, com os jesuítas que aqui chegaram, com novos usos e costumes. Do traje primitivo ao atual a diferença veio acompanhando a classe social/econômica, das necessidades enfrentadas pelo povo gaúcho, enfim são anos de história, contudo, o traje usado hoje em concursos artísticos, bailes e saraus são diferentes do utilizado na Revolução, hoje, para esses eventos além do chiripá (traje primitivo) utiliza-se a bombacha com favos e larga, podendo variar de acordo com a tradição regional. Com tecidos preferencialmente de sarja, oxford e microfibra, mas que pode ser usado também brim (não jeans), linho e algodão, em cores claras ou escuras, sóbrias ou neutras, evitando as cores agressivas e fosforescentes, podendo ser liso ou listrado ou ainda xadrez sempre discreto.
           
Seu modelo segue padrão com cós largo sem alças, dois bolsos (um em cada lateral), com punho abotoado no tornozelo. Não usar bombachas plissadas e coloridas.
           
A camisa outra peça desse traje usa-se com tecido liso ou riscado discreto, em cores sóbrias, claras e neutras, ou seja, evitar cores escuras como o preto (luto), cores agressivas, contrastantes e cítricas. Uma camisa no padrão social com gola e mangas longas.
           
As botas são de couro liso mais utilizado na cor preta podendo variar para o marrom, com cano até os joelhos ou de acordo com cada região. É proibido utilizar botas brancas.
         
O colete é do mesmo tecido e cor da bombacha ou tom sobre tom, sem mangas e gola, abotoado na frente e nas costas ajustado com uma fivela num tecido mais leve na mesma cor, com a altura até a cintura. É dispensado o uso desse quando utilizado o paletó que é usado em ocasiões formais, podendo ser no mesmo tecido que a bombacha na mesma cor ou tom sobre tom.
No pescoço o peão usa o lenço de seda nas cores branco, vermelho, bege ou xadrez miúdo, outras cores somente em ocasiões especiais, que diferem de festas e bailes.
           
Na cintura, a guaiaca, lisa com uma ou duas fivelas e de um a três bolsos, embaixo dessa é opcional o uso da faixa, se usar deve ser lisa, na cor vermelha, de lã preta ou de algodão na cor bege cru, sua largura é de 10 a 12 centímetros.
           
Também é opcional o uso do pala, porém quando utilizado deverá ser no tamanho padrão encontrado com abertura na gola, poderá ser usado no ombro, meia-espádua ou atado da direita para a esquerda.
A esporas trata-se de uma peça utilizada para lides campeiras e nas representações coreográficas de danças tradicionais. Não se utiliza esporas em crianças, bailes ou fandangos, bem como o uso de adagas, que também é proibido seu uso.
           
O chapéu de feltro copa baixa e aba larga ou copa alta e aba curta com barbicacho, usado conforme a região fronteira, serrana, missioneira e planalto, por convenção social o gaúcho não utiliza esse em ambientes fechados, se utilizado em apresentações artísticas após a dança deverá retira-lo. É vedado o uso do barbicacho de plástico, penduricalhos ou de metal.
Salientando um pouco sobre a indumentária para crianças, as prendinhas usam o vestido (uma só peça) delicado, com corte na cintura, mangas longas, até os cotovelos ou curtas arrematadas com babadinhos. A barra da saia a cinco ou seis centímetros acima do tornozelo, meia canela ou no peito do pé, com enfeites leves, seus sapatos podem ter um pequeno salto, cabelos soltos com tiaras de fitas ou semipresos com fitas, não usar maquiagem. As demais peças seguem o mesmo padrão adulto.
           
Os peõezinhos seguem o mesmo padrão adulto, diferenciando somente na gola da camisa que pode ser esporte ou social, evitando o uso de esporas e adagas.            

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