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quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Cronologia Histórica

1492 - Colombo descobre a América, chegando às ilhas da América Central.
1500 - Cabral chega ao Brasil, desembarcando nas costas da Bahia.
1501 - Caravelas portuguesas, primeiro e logo depois as espanholas começam a aparecer nas costas gaúchas, mas sem desembarque, porque as praias eram perigosas e não haviam portos naturais.
1531 - Os navegantes portugueses Martim Afonso de Souza e Pero Lopes, sem desembarcar nas praias gaúchas, batizam com o nome de Rio Grande de São Pedro a barra que vai permitir mais tarde a passagem de navios do Oceano Atlântico para a Lagoa dos Patos.
1626 - O padre jesuíta Roque Gonzalez de Santa Cruz, nascido no Paraguai, atravessa o rio Uruguai e funda o povo de São Nicolau, assinalando oficialmente a chegada do homem branco ao território gaúcho. Na realidade não se sabe quem foi o primeiro branco a chegar aqui, porque nesse mesmo ano, ao visitar o rio Guaíba (Iguaí) o padre Roque já encontrou na região onde hoje está Porto Alegre, navios portugueses comerciando com os índios. Evidentemente, esses navios tinham vindo pelo mar, forçando a barra do Rio Grande e atravessando a Lagoa dos Patos.
1634 - O padre jesuíta Cristobal de Mendoza Orellana (Cristóvão de Mendonça) introduz o gado nas missões Orientais, o que vai justificar mais tarde o surgimento do gaúcho.
1641 - Os jesuítas são expulsos do Rio Grande do Sul pelos bandeirantes depois de fundarem 18 reduções ou povos. Essas aldeias foram todas arrasadas e o gado, um pouco foi escondido na Vacaria dos Pinhais, outro pouco eles levaram para Argentina na sua fuga e a maior parte se esparramou, virando "chimarrão", que quer dizer selvagem. Graças ao padre Cristóvão de Mendonça, esse gado, que não tinha marca nem sinal, ficou também chamado "orelhano".

Guerra dos Farrapos ou Revolução Farroupilha

A revolução Farroupilha, também chamada de Guerra dos Farrapos, explodiu no Rio Grande do Sul e foi a mais longa revolta brasileira. Durou dez anos (1835 a 1845). Os problemas econômicos das classes dominantes estão entre as principais causas da Revolução.

O Rio Grande do Sul tinha uma economia baseada na criação de gado e vivia, sobretudo, da produção do charque (carne seca). O charque era vendido nas diversas províncias brasileiras (São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e na região nordeste), pois era muito utilizado na alimentação dos escravos.

Os produtores gaúchos, donos de imensas estâncias (fazendas de gado), reclamavam duramente do governo do império contra a concorrência que sofria do Uruguai e da Argentina, países que também produziam e vendiam charque para as províncias brasileiras. Como as impostos de importação eram baixos, os produtos importados pelo Uruguai e da Argentina chegaram a custar menos que a carne do Rio Grande do Sul. A concorrência estava arruinando a economia gaúcha.

Os poderosos estancieiros gaúchos queriam que o governo do império protegesse a pecuária do Rio Grande e dificultasse a entrada do charque argentino e uruguaio no Brasil.

Essa mesma elite de grandes estancieiros também brigava com o governo do império por uma maior liberdade administrativa para o Rio Grande do Sul.

Em 20 de setembro de 1835, o coronel Bento Gonçalves da Silva, à frente de um grande número de companheiros, atacou e tomou Porto Alegre, depondo o presidente da província. Com a queda deste, a Assembléia Provincial declarou vago o governo e empossou o vice-presidente Marciano Pereira Ribeiro, favorável aos farroupilhas.
Este acolheu para comandante das armas do Rio Grande do Sul o coronel revolucionário Bento Manuel Ribeiro (que, apesar do mesmo sobrenome, não era seu parente). O Padre Feijó tentou solucionar o problema nomeando um novo presidente, José de Araújo Ribeiro, que era realmente primo de Bento Manuel. Alguns revolucionários, entre os quais o próprio Bento Manuel aceitaram a nomeação; porém outros continuaram seguindo Bento Gonçalves, que dominava todo o interior da província e tomara a cidade de Pelotas; um outro líder rebelde, Antônio Neto, vencera as tropas do governo na Batalha de Seival. Mas, havendo os legalistas retomado Porto Alegre, os farrapos decidiram proclamar a República Rio-Grandense, com a capital na cidade de Piratini. A presidência da nova República foi entregue a Bento Gonçalves. Esperavam os revolucionários que seu exemplo fosse seguido pelas outras províncias, provocando assim a queda do regime imperial. Mas Bento Manuel Ribeiro, que fora promovido a general pelo governo do Império, conseguiu derrotar os farrapos na Batalha da Ilha do Fanfa. Bento Gonçalves foi capturado e remetido para a Bahia, onde o encarceraram no Forte do Mar. Conseguindo escapar, o chefe farroupilha retornou à luta no Rio Grande do Sul. Os revoltosos não haviam desanimado com os reveses sofridos: continuavam a lutar corajosamente. No fim do ano de 1838, dominavam quase todo o Rio Grande do Sul, exceto Porto Alegre e o litoral gaúcho. Os habitantes dessa região eram geralmente plantadores de trigo ou marinheiros; por esse motivo, não tinham os mesmos interesses que os criadores de gado preferiam apoiar o governo regencial. Em 1939, os farroupilhas estenderam seus domínios, promovendo uma expedição contra Santa Catarina. A força expedicionária foi comandada pelo revolucionário David Canabarro, que recebeu o apoio do revolucionário Giuseppe Garibaldi. Este guerreiro, depois de lutar no Brasil e no Uruguai, iria tornar-se um dos maiores vultos de sua pátria, ao participar da guerra de unificação e independência da Itália. A cidade de Laguna, em Santa Catarina, foi logo conquistada, e nela Canabarro proclamou a República Juliana (por ter sido feita em julho). Foi em Laguna que Garibaldi conheceu sua futura esposa, Anita Garibaldi, que o acompanharia em todas as suas lutas. A República Juliana, entretanto, teve curta duração, pois os legalistas logo forçaram Canabarro a reentrar no Rio Grande do Sul. Em 1840, D.Pedro II foi proclamado maior de idade, assumindo então a Chefia do Estado. Um de seus primeiros atos foi conceder anistia, isto é, perdão a todos os revoltosos que depusessem as armas. Os farrapos, entretanto, não aceitaram o perdão do Imperador: julgando-se vitoriosos, preferiram prosseguir na luta. Em novembro de 1842, o governo imperial decidiu nomear o general Luís Alves de Lima e Silva, barão de Caxias, para ocupar os cargos de presidente e comandante das armas na Província do Rio Grande do Sul. Esse militar era filho do antigo regente Francisco de Lima e Silva e já se distinguira no combate aos revolucionários do Maranhão, de São Paulo e de Minas Gerais, como veremos mais adiante. Caxias obteve algumas vitórias decisivas (batalhas de Poncho Verde, Canguçu, Piratini, Porongos e Arroio Grande). Os farroupilhas, enfraquecidos após tantos anos de dura luta, aceitaram então as propostas de paz honrosa oferecida pelo general vencedor. Essa paz era necessária tanto para o governo imperial como para os farrapos, pois havia perspectiva de guerra contra o ditador da Argentina, Juan Manuel de Rosas. Foi assinada em 1° de março de 1845, concedendo ampla anistia a todos os revolucionários. Os militares do Exército Republicano foram aceitos pelo Exército Imperial, conservando os postos que haviam alcançado durante a guerra. Quanto aos escravos que participaram da rebelião foram alforriados, isto é, libertados. Graças a essas sábias medidas, a paz voltou ao Rio Grande do Sul!

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Oração do Gaúcho


Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e com licença do Patrão Celestial. Vou chegando, enquanto cevo o amargo de minhas confidências, porque ao romper da madrugada e ao descambar do sol, preciso camperear por outras invernadas e repontar do Céu, a força e a coragem para o entrevero do dia que passa.
Eu bem sei que qualquer guasca, bem pilchado, de faca, rebenque e esporas, não se afirma nos arreios da vida, se não se estriba na proteção do Céu. Ouve, Patrão Celeste, a oração que te faço ao romper da madrugada e ao descambar do sol: